É muito difícil descrever a felicidade, porque no momento em que se está vivendo, parece inteiramente natural, como se o resto da nossa vida fosse apenas uma observação, apenas em retrospecto encaixado como premissa preciosa e rara, que realmente é. Quando está presente, parece ser eterna, ficando conosco para "sempre", não inspirando a necessidade de analisá-la ou agarra-la, se iguala a um sempre terminável. Quando a deixamos evaporar, olhamos com descrença para a palma vazia de nossas mãos, o que restou? Apenas o reto do perfume permanece na pele, para provar que uma vez a possuíamos e que agora voava para longe, lá se vai... Entretanto, pode retornar, pois sobraram os meros vestígios de felicidade.
Aline Santos